sábado, 13 de julho de 2013

Um sabiá no prédio ao lado


Meu filho sempre amou muito observar e ouvir pássaros. Não lembrava mais disto, hoje à tarde, ele me chama: - Mãe corre aqui, olha lá. E aponta, por uma janela, para um lugar em que eu não enxergo nada além de um prédio, depois vi um pássaro no telhado da construção. 
Meu filho estava para sair e me disse: - “Descobre que pássaro é aquele.” 
Eu adoro passarinhos, mas o meu repertório para identificá-los é muito restrito. Por causa da cor alaranjada no ventre, eu decido vou dizer que é um sabiá. Afinal de contas, é um dos meus pássaros preferidos.






Canto do Sabiá no Brasil
Tipo de som: Canto, Chamado/Apelo
Emissor do som: Indivíduo
Pássaro: Turdus rufiventris (Sabiá Laranjeira)
Sexo: Macho
Idade: Adulto
Emissor foi avistado: Sim
Contexto: Pousado
Local: Centro - Curitiba/PR-BR
Gravado em: 01/10/2012 04:00
Parou de cantar no início de dezembro.
Autor: Icoeng
Fonte: Wikimedia
Canto do sabiá 


Sabiá-laranjeira
                                                               Fonte: Wikipédia em 13/07/20

O sabiá-laranjeira: é uma ave muito comum na América Latina, identificado pela cor de ferrugem do ventre e por seu canto melodioso durante o período reprodutivo. 
É popular no Brasil, tendo se tornado por lei, em 2002, a ave-símbolo do país.
A ave também esteve presente no emblema oficial da Copa das Confederações de 2013.



Na literatura é frequentemente citado como o pássaro que canta o amor e a primavera, as origens, a terra natal, a infância, as coisas boas da vida, sendo imortalizado por Gonçalves Dias:


Canção do Exílio

 Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá.







Chico Buarque escreveu em 1968 com Tom Jobim uma canção onde o sabiá também figura em destaque, na música o destaque é para a fêmea “uma sabiá”.

Sabiá

Chico Buarque/Tom Jobim

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão

Que fiz tantos planos

De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Não sou mais triste
E a nova vida já vai chegar
E a solidão vai se acabar
E a solidão vai se acabar




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