terça-feira, 4 de junho de 2013

Retomando e esclarendo alguns pontos do texto publicado anteriormente



Algum tempo atrás tive uma colega que sempre dizia não responda um e-mail ou dirija se bebeu. 

Vou dar outro conselho não escreva ou dirija se você está sem dormir a algum tempo. 

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa esperançosa, mas não sou do tipo que costuma construir ingenuamente otimismos falsos.

Ao tomar uma decisão levei em conta à realidade objetiva e as circunstâncias existente na nossa escola.

Sou uma pessoa como tantas outras, que pensa a si mesma, que sabe que tem poder de intervenção, de transformação, que faz, sonha, compara, analisa, avalia, valora, rompe e decide. 

Não compartilho da ideologia fatalista e imobilizante de que não podemos fazer nada contra a realidade dada e o que nos resta é nos adaptarmos a esta. Não pertenço a este grupo. 

A decisão que tomei não foi porque concordei com os elementos apontados para que eu não concorresse à direção da escola, mas foi porque compreendi que a atual conjuntura e circunstâncias presentes na nossa rede escolar, acabariam dificultando, travando e até talvez impossibilitando o nosso trabalho.

E por ética e responsabilidade com o grupo, comunidade e Escola a minha decisão não poderia ser diferente.

Como não consegui que todos entendessem o meu comentário sobre a disciplina em relação a uma turma preciso esclarecer, que a minha fala foi no sentido de afirmar que uma professora ( e sabemos que somos muitas e que são várias as turmas com indisciplina) não irá resolver sozinha esta problemática.

Saliento que no último documento* escrito pelos professores da Escola, datado em abril deste ano, expressamos claramente a nossa posição em relação a este ponto: 

No item 3 do documento apontamos que:

“Há muitas situações recorrentes de indisciplina, que envolvem desde a prática de ofensas verbais e físicas, atingindo alunos, funcionários e professores de forma reincidente, até a depredação do patrimônio da escola. 

Pedimos que sejam levantados encaminhamentos e estratégias para inibir tais comportamentos e que estes funcionem efetivamente. 

Sugerimos que as formações deste ano sejam direcionadas à elaboração do Regimento Escolar, seguido do Projeto Político-Pedagógico da escola, já que estes embasariam as atitudes de prevenção e de combate à indisciplina a serem adotados e versariam sobre todo o planejamento escolar. Sem dúvida, tal medida é fundamental.

Precisamos repensar e rever os fluxos para uma maior agilidade dos encaminhamentos indisciplinares, pois isso poderá fazer com que o professor não se sinta mais tão isolado, sem apoio e sem estrutura para conduzir os conflitos que surgem diariamente em sala de aula. Com o aumento da agressividade e da desresponsabilização dos pais dos alunos pelos atos cometidos por seus filhos, a escola precisará repensar, com a assessoria, estratégias para a aproximação e a responsabilização destes pais e alunos.”

No item 4 apontamos: 

Há necessidade de se “retomar os projetos da Escola Aberta e Mais educação, envolvendo na discussão todos os segmentos da escola e qualificando a integração entre os projetos e as ações gerais da Escola.”

No item 7:

“Em relação à segurança, é necessária a garantia de guarda municipal permanentemente, não permitindo que a escola se torne vulnerável e sem um apoio efetivo em relação à violência presente em toda sociedade. Não conseguimos mais conviver com pessoas estranhas ao ambiente escolar, tampouco com alunos que, no turno inverso, adentram na escola, abrem as portas das salas de aula e perturbam os professores e alunos que ali estão desempenhando suas atividades naquele horário.”


E no item 8 apontamos a necessidade de:

“Ampliação da rede de atendimento e do apoio dos órgãos da Prefeitura no sentido de encaminhar as situações limites de alunos: Devido à enorme demanda das escolas, muitos alunos ficam anos sem o atendimento adequado (saúde e assistência social), piorando, em muito, a sua relação com a escola.”



* Acima trechos retirados do documento produzidos pelos professores da escola e que foram entregues:

À Atempa - Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre;

Ao SIMPA - Sindicato dos Municipários de Porto Alegre;

À SMED – Secretaria Municipal da Educação;

À Equipe interventora da Escola;

Ao Conselho Escolar.


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