Texto abaixo escrito em 25/09/2008, uns 13 anos depois de ter aprendido a olhar melhor a cidade e a exclusão social.
Essa acima sou eu, foi desenhado há uns 13 anos atrás, por um menino lindo. O menino se chamava Noto, tinha uns 9 anos (mas não parecia nem ter 6), alegre, possuía um sorriso aberto, ótimo capoerista, doce, viveu (se não me engano deste os 5 anos) nas ruas de Porto Alegre, com seu irmão Davi. O conheci quando trabalhei com Educação Social de Rua, ele adorava histórias e desenhar. Contei algumas e ele então me desenhou.
Como adorei o meu retrato, guardei e fazendo faxina dias destes em casa, encontrei o desenho. Senti saudades.... Sei que ele já se foi...
Mas, jamais o esquecerei, ele conseguiu na segunda vez que me viu, desenhar-me de uma forma tão expressiva. Amo como ele desenhou os meus olhos, os óculos, os brincos, o colar, o meu cabelo e o meu sorriso.
Crianças como ele são especiais e nos ensinam tanto... São tão corajosas, fortes, sofridas, mas sabem olhar como ninguém para o mundo e para a gente....
São elas que mais nos forçam a ver o quanto precisamos reconstruir e transformar o nosso mundo em algo melhor e não ficar perdendo tempo com coisas pequenas e insignificantes...
Ele me ajudou muito a ver com outros olhos as relações que são estabelecidas nas ruas das cidades e como os seres humanos podem ser solidários nas piores situações (e também como podem ser extremamente cruéis).
São elas que mais nos forçam a ver o quanto precisamos reconstruir e transformar o nosso mundo em algo melhor e não ficar perdendo tempo com coisas pequenas e insignificantes...
Ele me ajudou muito a ver com outros olhos as relações que são estabelecidas nas ruas das cidades e como os seres humanos podem ser solidários nas piores situações (e também como podem ser extremamente cruéis).
Meninos brincando, tela pintada por Portinari em 1955
Um comentário:
Se conseguíssemos manter a concentração de energia que tínhamos na infância ,talvez fôssemos seres humanos tão perspicazes, atentos, sensíveis e despojados de vaidades para nos expressarmos da mesma forma que as crianças conseguem...
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