quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A serpente e os camponeses

Abaixo uma boa história (já precisei utilizá-la diversas vezes com os alunos), lembrei dela porque estamos passando por um momento importante de discussão e aplicação de novos parâmetros em relação à segurança e a defesa nacional. 

Sabemos que o Brasil tem deixado muito a desejar em relação a política de segurança tanto interna como externa. Não possuímos satélite, temos exatamente 6 cabos submarinos, estamos sem leis de proteção a privacidade dos dados brasileiros, nos faltam também o desenvolvimento de softwares e mais do que nunca é necessário construir um plano de defesa cibernético. 
Após as denuncias de espionagem sobre a comunicação pessoal da Presidenta Dilma e a Petrobrás, o governo brasileiro precisará acelerar e ampliar a construção de políticas estratégicas de defesa da nação.

Mas vamos à história:


A serpente e os camponeses

     Perto de uma pequena aldeia da  Índia, vivia uma serpente enorme que aterrorizava os habitantes, picando mortalmente quem passava por aquelas terras. 
Cansados, os camponeses formaram uma delegação, foram consultar um sábio e se queixaram da maldade da serpente.

     O sábio, por sua vez, foi até onde a serpente estava. Conversou com ela demoradamente, censurando-a por aquele mau comportamento. 
O que os camponeses tinham feito com ela? Por que tantas mortes e tanta violência gratuita? Ele soube encontrar tão bem as palavras que a serpente ficou transtornada. Ela jurou se corrigir e manteve a palavra.

A partir daquele dia, a serpente não foi mais a mesma. Ela, o réptil terrível, tornou-se uma espécie de minhoca comprida e flácida. Perdeu toda a sua força e não tinha nem coragem para engolir a coitada de uma lesma.

Os camponeses, que tinham a memória bem curta, vieram zombar de sua fraqueza. Dava mesmo muita pena ela ter presas venenosas e não usá-las nunca! Cada vez que as crianças passavam por perto, jogavam pedras ou lhe davam pontapés.

Depois de vários meses nessa vida, a serpente cansou de todos aqueles maus-tratos. Arrastou-se com muita dificuldade até a casa do sábio, e foi a vez de ela lhe contar seus problemas.

- Fiz tudo aquilo que você me pediu, mas tenho impressão de não ser mais eu mesma. 
Os camponeses não tem mais medo de mim e acabou-se todo o respeito que tinham antes. Eles me desprezam, me chutam e meu coração está sangrando. O que é que você me diz?
- O que eu posso lhe dizer é bastante simples – respondeu o sábio. – Eu proibi você de picar mortalmente os camponeses. Mas proibi você de sibilar?




A violência não é uma solução, menos ainda a falta de coragem e a fraqueza. 
Seguindo esse preceito, o sábio hindu Gandhi (1869- 1948) criou um modo e digno de lutar sem violência a não-violência.


História acima foi retirada do livro:
Fábulas filosóficas de Michel Piquemal e Phillippe Lagautrière 

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