terça-feira, 4 de março de 2014

Sugestão de livro: Azul é a cor mais quente


Em tempos que nossos jovens estão matando pela ruas homossexuais, surge um livro delicado e digno que fala de amor entre duas garotas:

 "...eu entendi que os caminhos para amar são múltiplos. 
Não se escolhe quem a gente vai amar, e a nossa concepção de felicidade acaba aparecendo por si mesma, de acordo com nossa experiência de vida..." (página 79)

Não assisti o filme. Li o livro hoje e o  recomendo pela 
sensibilidade e delicadeza que trata sobre a descoberta do amor e da sexualidade por uma adolescente, isto por si só já é complicado o bastante.


Mas a história vai falar de um amor mais complexo ainda, por conta do preconceito presente em nossa sociedade, o amor entre duas mulheres, e tudo o que decorre a partir disto. 
A perda dos amigos, da família, a solidão, o medo em aceitar-se como "diferente"...

A vida de Clémentine muda ( na época com 15 anos) quando ela encontra Emma (um pouco mais velha), esta é uma jovem artista de cabelos azuis que a ajuda na autodescoberta e na aceitação do amor e da sexualidade.

A história decorre até os 30 anos de Clémentine, e como em qualquer outro relacionamento amoroso aparecem as dificuldades de mantê-lo. 
As diferenças, os desejos e os projetos individuais as afastam e um pouco tarde demais elas compreendem que:

" O amor é abstrato demais, é indiscernível.
 Ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos. Se nós não existíssemos, ele não existiria. E nós somos tão inconstantes... Então, o amor não pode o não o ser também. O amor se inflama, morre, se quebra, nos destroça, se reanima.
O amor talvez não seja eterno, mas a nós ele torna eternos..." (página 157)
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É preciso enfrentarmos mais este grave problema social, a homofobia em nosso país, ou a nossa sociedade não conseguirá superar a violência e nunca se pautará por práticas de respeito à diversidade e aos direitos humanos.

Acredito que este livro precisa fazer parte do acervo das bibliotecas nas Escolas, pois é mais um instrumento na luta por uma cultura de respeito à diversidade afetiva, sexual e de gênero.

Eu vou passar este livro para meu filho ler, e espero que ele o faça, uma vez que minhas sugestões de mãe de um adolescente, nem sempre são bem aceitas.

Sugestão de publicação da Unesco sobre o assunto -"Diversidade sexual na Educação...": 



Todo preconceito impede a autonomia do 
[ser humano], 
ou seja, diminui sua liberdade relativa 
diante do ato de escolha, ao deformar e, 
conseqüentemente, estreitar a margem real de 
alternativa do indivíduo.
Agnes Heller

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