Do Livro: 13 Lendas brasileiras - texto e ilustrações de Mario Bag
Curupira
Que apito estridente é esse?
Aqui não é o caminho de trem!
Será o guardião da floresta
No seu louco vaivém?
Quem maltrata a natureza
Desperta toda a ira
De uma criatura selvagem
Chamada Curupira!
Cabelo vermelho ao vento
Olhos ameaçadores
Dentes verdes pontiagudos
Pra assustar os caçadores!
Esse indiozinho esperto
Com os pés virados pra trás
Amedronta porque acha certo
Proteger os animais!
Correndo por toda a mata
Atrás de quem mata e destrói
Montando num porco-do-mato
É um verdadeiro herói!
Confunde seus perseguidores
Com a pegada invertida
Que acabam perdendo o rastro
E ficam loucos da vida!
Seu assobio agudo
Ecoa por toda a floresta
E a Mãe Natureza agradece
Em meio a uma grande festa!
Iara
Mãe-D’Água
Mergulho no rio à noite
Se não é o Boto é a Sereia
Levando pro fundo das águas
Algum pescador da aldeia.
Uma tarde Saturnino
Levando peixes pra feira
Ouviu um cantar lá no rio
E se jogou da ribanceira...
Sem saber por que razão
Foi nadando até o fundo
Lá encontrou uma princesa
Que não era deste mundo...
Cabelos negros com flores
Tapando as partes íntimas
Uma estrela brilha na testa
Atraindo suas vítimas!
Essa mulher, meio peixe
O fascinou profundamente
Os olhos cor de esmeralda
Enfeitiçaram sua mente!
Depois reapareceu louco
Dava pra ver pela cara
Contando histórias sem nexo
Vimos logo que foi Iara...
Se escutar um canto à tarde
E ficar hipnotizado
Não pense duas vezes, fuja
Ou vai morrer afogado!