quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Felicidade é uma frágil borboleta

Parece que faz tanto tempo, tudo mudou... não... mas algumas coisas sim...


O texto abaixo foi publicado neste blog no dia 08 de outubro de 2008.






Há dias que não estamos bem, acontece... mesmo quando sabemos os motivos... mesmo olhando para trás e percebendo que estamos muito melhores que antes, isto não nos deixa mais animados.

Busquei me animar um pouco, e elogiei os alunos pela música que cantaram no sábado na Escola. O comentário que ouvi de uma das meninas foi "só a senhora elogiou". 
Falei: "às vezes as pessoas são assim mesmo, esquecem de dizer as coisas essenciais".

O interessante é que ela me deu a resposta para uma das minhas perguntas dessa semana (insight).
Somos espelhos para um monte de gente...

Parei para olhar, esqueço de fazer isso muitas vezes, e vi, como está maravilhoso o trabalho na biblioteca (ao mesmo tempo na sala, na hora do recreio, tinha alunos jogando (dama, quebra-cabeça, memória..), lendo, pesquisando, escrevendo, digitando textos para o blog e 2 pequenas olhando livros de arte, isto tudo acontecendo e praticamente todos respeitando o espaço e buscando conversar o menos possível.

E, é claro, mostrei isto para outras pessoas, acredito que coisas boas devem ser compartilhadas.

Outras coisas legais que fiz nesta semana: conversei sobre livros e histórias... escrevi, perguntei, li, tirei fotos, vi trabalhos muito bons, emprestei livros, proporcionei espaço e material para se criar e brincar etc... 

Mas.... a falta continuava lá...

Como nos diz o poema de Roseana Murray: 

" (...) Felicidade é frágil borboleta mas sempre se recompõe. Semente mágica em novo casulo."


E nem sempre nos sentimos com alma de borboleta, tem dias que somos apenas casulo.... e isto, pode ser simplesmente a construção de uma nova fase ou ação... quem sabe... ou não.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Seleção de 10 ( ou 13) livros



Esta semana, no Facebook, pediram-me para listar 10 livros que amei ler e foram importantes na minha trajetória de vida.
 
Tarefa quase impossível, depois de muitos cortes consegui que sobrassem 13 títulos, abaixo a minha seleção:



  
- Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pinkola Estes

- A paixão segundo G. H. - Clarice Lispector

- Terra Sonâmbula - Mia Couto

- As brasas - Sándor Márai

- O sonho de um homem ridículo – Dostoiévski

- Assim falou Zaratrusta - Nietzche

- O fio da navalha- W. SomersetMaugham

- Vinhas da Ira- Jonh Steinbeck

- O tempo e o vento- Érico Verríssimo

- Dom Quixote – Cervantes

- Moça com brinco de pérola – Tracy Chevalier

- A mulher que escreveu a bíblia- Moacyr Scliar

- Zorba, o grego (livro e filme) - Nikos Kazantzakis 



sábado, 1 de fevereiro de 2014

História infantojuvenil: Galinhola e o monstro escamoso- Parte II



E vamos ao desfecho da história que reproduzimos a primeira parte na postagem anterior:

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-  Você.... você é o monstro! - gagueja Galinhola.
- Eu não! Sou um pangolim - responde o estranho animal.
- Que nada! Você é um monstro escamoso e um ladrão! -retruca a pintada. - E tem mais: deve ter saído de um ovo mágico.
- Quanta bobagem - responde o pacato animal.
- Eu nasci de minha mãe, que me dava de mamar e me carregava agarrado na sua cauda, para me proteger.


Sou filho único e do tipo sossegado. Chamam-me de até de "bicho-vergonhoso", porque sou tímido e me enrolo feito uma bola quando aparece algum perigo. Além do mais, só gosto de sair à noite. E agora, dá licença, está na hora da minha soneca.
Mas Galinhola não está convencida e começa a perguntar:
- E essa sua língua esquisita?
- Só como formigas e cupins, não tenho dentes: preciso dela para caçar as larvas escondidas nos buraquinhos.


- E as suas garras de monstro?
- São para abrir os cupinzeiros de barro duro.
- E o corpo escamoso?
- É para me proteger das picadas e das mordidas.
- E esse rabo compridão que parece de jacaré?
- Uso para nadar no rio e me equilibrar quando ando em pé, feito um homem. E se uma hiena ou um leopardo quiser me devorar, bastam duas ou três boas rabadas para ele me deixarem em paz.

- Está bem! - reconhece finalmente a angolinha. - Você não é um monstro, é só um bicho esquisito. Mas ainda assim é um ladrão de minhocas e gafanhotos!
- Minha jovem - responde Pangolim, o sábio -, não se pode acusar sem provas! Eu já disse que só como formigas e cupins.
- Mas as minha minhocas sumiram - começa Galinhola -, e você estava no rio...


- Gosto de nadar para me refrescar. E quanto às minhocas, elas sumiram porque a terra secou, então foram buscar um lugar mais úmido, mais profundo.
- E o gafanhoto que você quase me roubou?
- Achei que era cupim voador. Quando vi que se tratava de um gafanhoto, ARGH!, deixei-o para você.


- Mil desculpas, Pangolim - diz por fim Galinhola, toda sem jeito.
- Tudo bem, já estou acostumado com isso - suspira o escamoso. - Agora, TCHAU! Vou dormir na minha toca.
Enquanto se afasta devagar, ele pensa um pouco e acrescenta: - Amanhã, antes do nascer do sol, se quiser passear comigo na beira do rio, posso mostrar aonde foram parar as minhocas... Amigos?
- Amigos - responde Galinhola.


E foi assim que começou a amizade entre a pequena Galinhola (intrépida e cheia de imaginação) e o escamoso ( e muito simpático) Pangolim, uma dupla e tanto!

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Ao final, o livro traz algumas curiosidades:

Que bicho é esse?



O nome Pangolim vem do malaio " Peng Goling": o animal que se enrosca. Existem se espécies que vivem na África e na Ásia.
(....)
Como descrever um Pangolim? Mais parece um cruzamento de tamanduá com tatu, ou de pinha com lagarto...
O Pangolim é um mamífero, como o nosso tatu. É um animal noturno e solitário, que se alimenta somente de formigas e cupins. Ele não tem dentes, mas possui uma língua muito comprida e cheia de saliva pegajosa, para grudar nos insetos e trazê-lo para o estômago, onde eles são triturados, misturados aos grãos de areia dos cupinzeiros.

Pangolim está na lista dos animais ameaçados de extinção: suas escamas são usadas em rituais mágicos, e, apesar da proibição, sua carne ainda é consumida em vários países africanos e asiáticos.


E a galinha-d'angola é nossa velha conhecida: é originária da África e foi introduzida pelos portugueses em nosso país.


A ilustradora e autora: